Entre Mãe e Filha

ela disse ter vivido muito e visto muitas coisas ela fez dois filhos, uma já se foi com 6 anos, na guerra e o outro filho já velhinho, vinha sempre visitá-la ela é gentil com todos ela precisa sempre de lenco de papel o lenco de papel se chama "Tempo" e ela precisa sempre de tempo e o tempo passou por ela e ela por ele o marido já se foi faz tempo com certeza e a única certeza que ela tem é que ela está bem ela nao sabe o que fez ontem e nem sabe o que vai fazer amanha ela só sabe dizer "vielen, vielen dank" ela me deseja "alles alles gute" ela me pergunta meu nome e fica feliz ao saber que sou Nina assim como sua sobrinha Nina ela se chama Emma 93 anos e é uma menina minha vizinha ela é minha inspiracao emma, minha menina * * * seus olhos azuis tao pequenos já viram muito suas pernas hoje quase imóveis, já dancaram por muito saloes seus ouvidos hoje quase surdos já ouviram muito boa música suas maos frágeis já tocaram muitas c

Eu vejo as pessoas tentarem mostrar o quanto sao lindas, arrumadas, ricas. Vejo o quanto elas tentam se exibir com sorrisos falsos, com roupas da moda, com cabelos escovados, com maquiagem pesada, com carros e celulares de luxo, com viagens... é como se isso tudo fosse o essencial. Quando definitivamente, nao é! Essencial é se sentir amado e amar, nao importa quem, ou o que, sabe?! Essencial é mesmo o amor. Sei lá porque eu to falando disso, já estao virando palavras sem sentido... é que eu tava lendo alguns posts no outro blog , que voltei a escrever, e reler aquelas coisas da minha infância, das coisas tristes, das perdas, das faltas (minha vó, meu pai, meus amigos, eu menina...) me traz de volta. De uma maneira tao mágica e serena que só me resta pensar o quanto as coisas mais importantes na vida da gente, sao as coisas que "parecem" simples. Que só parece... mas que na verdade, é tudo o que importa pra gente ou o que vai importar pra gente pelo resto dos nossos d

No fim de semana passado fomos a um bar alternativo assistir uma dupla de músicos, onde um deles é primo de um amigo nosso. Foi super agradável. Me fez lembrar os shows que íamos nos tempos da faculdade. O bar, que na verdade, é um porão, é pequeno, mas confortável. Almofadas no chão, tapetes, galerinha que frequenta totalmente do bem, cabelos rasta, gente negra, gente branca, gente colorida, gente de bom gosto. Os músicos terminaram a faculdade e estão rodando o país num trailler, e vão parando em várias cidades, fazendo pequenos shows com violão na mão, flauta e gaitas, além de ter um repertório bom com músicas simpáticas, divertidas e de boa letra, escritas por eles mesmo. Nas pausas, eles passavam entre o público com um gorrinho, arrecadando moedinhas. Um barato! No meio daquela moçadinha, éramos os mais velhos. E eu só lembrando dos tempos que curtia algo parecido e pensando: Laura gostaria de estar aqui. O da direita é o primo do amigo, o da esquerda, é mu

Estou morando aqui há quatro anos e ainda não havia recebido ninguém do Brasil. Nesse último fim de semana  aconteceram duas coisas inéditas: finalmente recebi um brasileiro na minha casinha e finalmente conheci de fato alguém que conhecia apenas dos blogs. Uma grande amiga virtual se materializou aqui por casa! Marcinha é uma menina-mulher, doce e cheia de for ç a e coragem que já há algum tempo troca comentários, emails e telefonemas comigo e que veio morar na Alemanha há alguns meses. Fez uma pós-gradua ç ão numa das cidades que eu mais amo, Dresden e pra isso juntou toda a coragem que tinha e veio disposta a passar um tempo pra verificar até quanto é capaz de ficar longe do seu país e da sua amada família, mas também, perto de seu amor. Já estávamos querendo nos encontrar há um bom tempo, mas sempre havia desencontros. Dresden, Praga e Freiburg foram um dos lugares que havíamos combinado, mas nada de dar certo. Até que... ... Na sexta feira Marcinha chegou aqui em cas

Pedro está lentamente descobrindo o mundo a sua volta, tudo é fascinante demais pra ele e pra mim que o observo. No carrinho, ele comeca a olhar com uma atencao incrível o móbile colorido, assim como olha os ursinhos pendurados no móbile de seu bercinho, que toca música de ninar. Mexe as pernas e os bracos loucamente como se tentasse pegá-los enquanto sorri, coisa que também faz há pouco tempo, quando passou a sorrir de verdade e nao somente quando dorme. Junta as maozinhas e poe na boca, ou ainda, fica olhando pra sua própria mao como se esta fosse a coisa mais interessante do mundo.  Acompanha as pessoas, as cores e movimentos com olhar e agora com movimentos de cabeca e pode enxergar de longe, inclusive as sombras que se formam contra a luz, fascinado com tudo. Meu Deus, como tudo parece fascinante pra ele! Descobrindo as coisas aos poucos, e tem tanto caminho pela frente... tanta coisa pra ver e aprender.  Eu tinha muito receio de me sentir muito esgotada com um bebezinho em c