Entre Mãe e Filha

Quando vim pra cá, há cinco anos, vim passar uns meses pra ver se gostava. Meus dois filhos nesse meio tempo, ficaram no Brasil. Como gostei desde o primeiro dia, fui comecando desde ali, a contar aos meus  meninos sobre as coisas bacanas que via, a fim de fazê-los ter vontade de vir também. Bom, cá entre nós, eles viriam mesmo nao gostando da ideia, porque filho, pra mim, tem que estar obrigatoriamente perto da mae, salvo algumas situacoes e certos tipos de mae, claro. Lembro que uma das coisas que gostava de usar a favor das criancas se decidirem numa boa a vir morar, com sua mamaezinha, num lugar tao longe do  seu país de origem, era dizer aos meninos como era bonita a troca das estacoes, especialmente, a chegada do outono. Como no Amazonas nao tem essas coisas, de árvore perder folhas de maneira contadinha e pre-agendadinha assim como funciona aqui, fazia cartinhas às criancas contando da beleza dessa época. Falava das folhas por todos os lugares perdendo seu verde, dando permiss

Sabia que aqui os pais nao podem escolher como será o sobrenome de seu filho? A crianca é obrigada  a levar consigo somente um nome no sobrenome. Que em 99% dos casos, é o do pai. Eu acho isso chato, pra nao dizer, machista. O meu nome depois de casada, pude manter um dos dois  que já estava presente e  adicionei o do meu marido, mas só porque eles verificaram com a embaixada brasileira se era possível no meu país de origem, a mulher ter dois nomes. Ahhhnnn???  Minha filha, no meu país QUASE TUDO É POSSÍVEL, tá queridinha??? Você sabe com quem está falando, amoreco?? Com uma brasileira!! Quando meu filhinho nasceu, a atendente disse que ele nao poderia ter dois nomes. Quase que a gente fez barraco na frente da pobre. Nao queria que meu filho tivesse só o nome do pai... e a mae na história, po? Ah eu ficaria me sentindo um zerinho à esquerda... nao ia gostar mesmo! Meu marido também nao queria só um nome, pra ele é muito mais romântico como fazemos no Brasil, ou seja, que o filho

Adoro os filmes de Pedro Almodóvar. Ele me conquistou numa época rebeldinha da minha vida, quando tinha pavor dos filmes hollywoodianos. Confesso que até hoje tenho um pouco de raiva deles e nao sou grande fa, mas já nao ligo mais pra rebeldia antimperialista, somente vejo o que me interessa e me emociona ou faz rir. Mas continuo louca pelo Almodóvar .  Nasceu nesse tempo a vontade de conhecer Madri. Estivemos lá há algumas semanas. Eu sabia que iria gostar, mas nao sabia que gostaria tanto! Madri é muito bonita, é uma cidade cheia de vida, uma das poucas que já conheci na europa que tem essa pulsacao de vida, forte, vibrante. Madri tem  que estar na sua lista de viagem,viu? Hoje ela passou pro terceiro lugar das minhas cidades preferidas: 1° lugar, Rio! é claro, 2° ainda é Roma e 3° Madri.  Pela beleza de vida que vi ali, pela beleza das construcoes, pela beleza do povo e da língua, Madri me conquistou.  É toda linda e gentil. Sabe que foi lá a cidad

É muito interessante ver o desenvolvimento de um bebê. Ele vai mudando devagar e ao mesmo tempo tao rapidamente, que você pensa que tá podendo acompanhar, mas na verdade, nao está. "Tudo mudo o tempo todo no mundo" de um bebezinho. E você vai mudando junto. Ter um filho é se ver a cada dia renovando-se, sabe? A gente pensa que quando ele nascer, vai estar tao quebrada e com sono... que nada, basta um leve movimento no berco pra se ver de pé, mesmo que seja com cara de zumbi. E se você reclama que o menino nao para quieto, quando ele adoece e fica tristinho, você é capaz de dar tudo o que é seu  pra vê-lo voltar ao normal, alegre, bagunceiro, barulhento.  Ser mae é conviver com essas disparidades constantes. Se ele nao come nada, você reclama com o médico, se ele como demais, você reclama... Meu bebezinho tem um ano e três meses, está comecando finalmente a andar (assim como seus dois irmaos, ele só comecou a dar os primeiros passinhos sozinho exatamente agora, com 15 meses