Era o dia vinte de agosto. Acordei às seis horas. Da porta de vidro enorme do apartamentinho em Lagos, olhei para o céu como fazia toda manha. Mas toda manha quando acordava, o sol já estava brilhando forte lá fora, cegando minha vista escurecida do quarto fechado. Olhei. Olhei de novo. Apertei os olhos pra ver se era real. Apaguei a lâmpada que tinha acabado de acender. Nao dava pra acreditar na visao. De cara grudada no vidro, fiquei admirando longamente o horizonte. No céu de um azul profundo, límpido, com tons alaranjados, o sol ainda nao tinha se levantando. Só vinha subindo sua luz discreta e lentamente. No alto, dois pontos brilhantes. A Estrela da Alva da manha reluzia. Era meu presente de aniversário! Fiquei longos minutos agradecendo aquilo. Se morasse ali, todo dia iria fazer questao de acordar as seis da manha, ou mais cedo, só pelo prazer do contemplar. Posso estar sendo exagerada, e sei que estou, mas nao lembro de ter visto céu mais azul e límpido na vida. O céu de Port