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Mostrando postagens de novembro, 2016

A crente e a roupa

Poucos meses depois da minha conversão, estava no Brasil de férias e entrei num elevador, num prédio antigo em Copacabana. O ascensorista (ainda existem em alguns prédios no Brasil!!!) que era um homem muito simpático e dono de um sorriso daqueles que contagiam, me perguntou, após ter conversado o pouco que é possível conversar do térreo até o décimo primeiro andar,  se eu era cristã. Respondi que sim, também toda feliz e com uma pontinha de saudável orgulho (existe isso?). O seu  sorriso se abriu de forma ainda mais bonita e ele disse que eu tinha mesmo, cara de cristã. Falou algumas coisas sobre sua igreja e eu logo tive que descer. Achei uma pena, pois naqueles dias estava muito maravilhada com as coisas que estavam acontecendo a minha volta desde minha conversão e adoraria conversar mais com ele sobre as maravilhas do Senhor. E porque é sempre tão bom encontrar irmãos!  Saí do elevador e fiquei achando engracado ele ter notado. Acho que eu mesma, com minha minúscula mente preco

Meu querido pé de manga

Na casa em que morávamos, quando eu tinha onze anos, havia cinco mangueiras. Cinco dessas maravilhosas criaturas num mesmo quintal, dá pra acreditar?! Como éramos cinco filhos, cada um tinha a sua árvore. A minha era a mais velha de todas, ficava entre as duas jovens e robustas mangueiras das minhas irmãs, que tinham a idade mais aproximada da minha.  Havia dias em que subíamos, cada uma na sua árvore, e ficávamos chupando manga e conversando, lá do alto. Podiamos ver as criancas correndo na rua, nossos irmaos menores brincando no quintal, nossa mae estendendo roupa no varal, o cachorro latindo atrás de um gato, o brilho ofuscante do fusca na garagem, as folhinhas verdes  do nosso pequeno gramado, o vermelho vivo dos nossos hibiscos encostados ao pequeno muro, e as mangas que caiam em cima do telhado, tornando-se cada vez mais amarelas, manchadas com uns pontos amarronzados. O que nos causava dó, desperdício de mangas! Às vezes, subíamos através dos galhos da minha árvore, até o tel